A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO MERCADO
Dizem-me, por telefone, que fui comprado pela Leya. Eu e os outros que confiámos na Oficina, na Caminho, na D.Quixote, etc. Não sabemos nada do assunto, claro. Nem me parece que dessa venda reverta alguma coisa para as fontes de produção, vulgo, os escritores. Há-de ser mais uma coisa tipo escravos. Toma lá este que é bom para cortar cana, e esta que é boa parideira e passa para cá os luíses. Sobre este assunto, muita coisa terá de acontecer até que a poeira assente.
Entrentanto, a APEL faz finca-pé nos pavilhões nojentos onde nos recebe ano após ano. Para não haver ricos nem pobres, somos todos pobres. Era bom que tivessem juízo, nesta questão estético-ética.
Quem parece estar "atento ao mercado do livro" é o ministro da cultura. E contente, também, segundo os jornais (que a realidade raramente se compadece com a matéria escrita). Segundo os pasquins, José António Pinto Ribeiro, diz ver "com bons olhos" a constituição de monopólios editoriais (...) e que "o mercado do livro está em mutação acelerada e a concentração de editoras em grupos empresariais é um factor de desenvolvimento da língua portuguesa e da sua divulgação".
Ou está a precisar de mudar de lentes ou eu - citando uma directora de produção amiga - não estou na posse de todos os dados...
2 comentários:
Possidónio,
onde encontraste tu esse pedaço maravilhoso de prosa do sr. Ministro:-)?
Abraços
paulo
Assim de memória, diria o Expresso online, ou o Público ídem. De ontem ou do dia anterior.
Os ministros não têm de saber a realidade concreta, no sentido do saber de experiência feita. Têm assessores, para isso. Acontece que por vezes, nem estes, mesmo se de qualidade, viram de perto um tubarão em acção. Daí que confundam a simpatita dos tubarões da Pixar com os reais. Eu é que tenho a sorte ou o azar de ser mergulhador, daí que discorde ;)
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